Tem gente querendo aparecer usando o nosso esporte, transmitindo uma visão errada dos cuidados que temos pelos nossos animais

Foto by MAV

Ministério Público acusa evento milionário de Doda de maltratar cavalos.

Tem associações que para se projetar estão fazendo qualquer coisa, quando poderiam fazer a coisa certa, ajudar o esporte a evoluir, no caso os equestres, ao que parece não conhecem os cuidados que temos com os nossos animais, as regras, o trabalho dos comissários durante um evento.

Meu objetivo não é defender A ou B mas sim deixar claro que o nosso esporte tem regras e cuidados com os animais.

As federações (em sua maioria), CBH e a FEI fazem um trabalho sério na proteção dos animais nas competições e mesmo no dia a dia, regulamentando, eu mesmo já fiz um treinamento, só por curiosidade, de comissário, para quem não sabe, durante um evento existem pessoas (comissários), eles cuidam de tudo inclusive do respeito aos animais (clique aqui e entenda).

O hipismo tem coisas estranhas, jogo político, ciúmes, egos, que os competidores nem imaginam, eu não sei se essa associação de Passo Fundo há exatamente 1.008 km de Itatiba está sendo usada ou é “idealismo”.

Eventos como o do Doda e de menor proporções ocorrem no país todos os finais de semana e, garanto, que com muito menos regras de proteção aos animais, mas deve ser difícil fazer algo de Passo Fundo, deve ter sido um esforço brutal se dedicar especificamente a esse (?).

Para essas “associações” é ótimo, ganharam mídia, estão falando no nome deles e usam “bandeira de proteção dos animais”, mas será que isso é verdade, ou é só retórica?

Sem os esportes equestres sabe para onde irão os cavalos que são bem cuidados, como fica toda a cadeia produtiva que gera empregos e sustenta famílias, bom eu não sei, mas me pergunto, por que alguns irão gastar o valor de uma boa faculdade para cuidar do seu cavalo se não podem montar, competir?

É claro que maltratar qualquer animal é criminoso, é claro que chicotear um animal obrigando-o a fazer o que não quer é odioso, é claro que usar uma espora de “roseta” deveria ser proibido (no hipismo é), mas tudo tem um limite, no hipismo existem regras mundiais que todos os atletas e treinadores responsáveis respeitam.

O que eu não vi no site da associação que iniciou tudo e que questionou o evento do Doda, foi algo que demonstrasse conhecer esportes equestres, alguma cultura sobre hipismo, suas restrições ao trato dos animais, algo que desse a eles consistência para de 1.008 km questionar o evento.

Antes de escrever, fui procurar referência da “Associação Passofundense de Proteção dos Animais”, um website, histórico, para entender o perfil, bom na web não existe nada com esse nome, mas encontrei um com o nome fantasia, e percebi que “eles tem um ENORME conhecimento de esportes equestre” (sic, zero).

Não vou discutir se houve ou não abusos no evento do Doda, o que deu origem a esse meu desabafo, mas tenho certeza, por histórico e pelo trabalho dos comissários, que é pouco provável ter havido.

Estamos bem próximos de escutar que montar cavalo é maltratar o animal, quem diz isso se esquece que sem isso provavelmente essa pessoa nem teria nascido muito menos o cavalo, o cavalo mudou o mundo, ou melhor, fez o mundo de hoje, quem tem cultura e conhece história sabe.

Um proprietário, e falo da grande maioria onde me incluo, tem uma atenção enorme pelo seu cavalo, nem todos que tem cavalos no hipismo são ricos na maioria são apaixonados.

Em resumo, minha preocupação está em ver que uma associação há 1.008 quilômetros de distância, com uma atuação bem restrita, venha se preocupar com um evento hípico, que por sua importância, seguiria rigidamente as regras da FEI e teria comissários responsáveis para fazer com que essas fossem cumpridas, portanto “cheira” autopromoção, jogo político, ciúmes, mas certamente não tem nada a haver com “proteção dos animais”, de qualquer forma joga lama no nosso esporte.

Sobre o Autor
Marco Vidal, fundador do site Clube do Hipismo, praticante, pai e avô de atletas do hipismo salto, proprietário de cavalos, não nasceu nesse mundo, mas se integrou e aprendeu, tornou-se um apaixonado por cavalos.

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