Passeios a cavalo, pense bem antes de fazê-los

Cavalo é um animal de fuga, ele é presa e não predador, todos os seus sentidos, que são apurados, são para alertá-lo de perigo e, ao sentir o perigo, ele institivamente foge.

Recentemente li um artigo de uma criança que está lutando pela vida depois de um acidente em um passeio a cavalo e vejo sempre pessoas que desconhecem cavalos falarem de passeios.


Bom, o que vou comentar, eu fiz muito e errado por pura ignorância, passeios a cavalo com minha família quando pensava que “sabíamos” montar e que não tinha perigo algum.

A primeira experiência negativa desses passeios ocorreu quando visitamos uma cidade que éramos frequentadores no interior, a minha esposa, a mais medrosa, o seu cavalo assustou e disparou, por sorte, minha filha já montava e competia, a alcançou e segurou o seu cavalo.

Com o tempo, decidi também efetivamente aprender a montar, foi aí que entendi as diferenças e alertas, afinal o cavalo é um animal fantástico, sou apaixonado, mas montar sem saber e não conhecer o que é um cavalo pode não ser o melhor.

Andar a cavalo parece simples, sentar-se na sela, segurar nela com uma mão e a rédea na outra e pronto.

Perfeito, para 90% dos casos, mas se o cavalo assustar, disparar, empinar, ou qualquer outra reação o que fazer?

Nem sempre é só o instinto do cavalo, existe o ambiente em especial quando se está em um passeio, descidas, subidas, buracos, pedras, lama, etc.

Não só, eu mesmo treinando, o meu cavalo já tropeçou inúmeras vezes e recentemente, retornando das pistas para as baias, o cavalo de minha neta, que tem experiência, escorregou e ela caiu (estava de capacete e colete) nada sofreu.

No mundo existe uma campanha Riders4helmets um dia em que capacetes de equitação são vendidos por preços menores e tudo teve início com o acidente de Courtney King-Dye:

“Treinando em casa, o cavalo que Courtney estava montando tropeçou e a dupla caiu. Courtney bateu a cabeça e sofreu uma lesão cerebral traumática. Enquanto ela estava em coma, temia-se que ela não acordasse.

O acidente aconteceu em março de 2010. Não caí e meu cavalo não fez nada de errado. Ele simplesmente tropeçou nos próprios pés e caiu, e minha cabeça bateu no chão com força. Daí o meu lema: espere o inesperado. Eu não estava usando capacete e meu cérebro trincou, ou saltou, dentro do meu crânio.”

Portanto, pense bem antes de fazer um “passeio a cavalo”, cavalo é um animal fantástico, eu adoro, apesar de começar a montar com 50 anos e hoje com 65, nunca parei, uso capacete e colete, já caí, muitas vezes, cavalo já disparou (dentro de uma pista fechada, que sorte), já quebrei 3 costelas em uma queda.

Não gosto muito de passeios em razão dos imprevistos, mesmo sabendo montar, mas adoro montar, galopar e saltar na pista de areia em um ambiente controlado, sempre acompanhado, nunca só.


Marco Vidal

Cavaleiro há 15 anos, pai de atleta e instrutora de equitação, avô de atleta de hipismo salto, proprietário de cavalo, fundador do site Clube do Hipismo, coordenador do Thaty Aulas equitação.

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