Nesse domingo, 14/8, os 40 finalistas divididos em oito conjuntos por grau de dificuldades dos atletas deram um show de beleza e leveza no Freestyle na BB Horse Arena no Mundial 2022 de Adestramento Paraequestre,em Herning, na Dinamarca.
Uma apresentação de bailado a cavalo, em que cada passo, trote e galope levavam histórias e exemplos de superação. O paulistano Rodolpho, 37 anos, foi um deles. Das três provas que participou, conquistou dois bronzes e ficou em 4º na terceira, encerrando um ciclo vitorioso com Don Henrico, Hannoveriano de 19 anos, seu parceiro desde 2017 e com quem ganhou quatro medalhas em Mundiais – já havia conquistado duas pratas no Mundial de 2018, em Tryon, EUA – além da prata na prova técnica na Paralimpíada de Tóquio 2020 + 1, feitos inéditos para o Brasil, entre muitos outros pódios no circuito internacional.
“A gente estava feliz com Don Henrico, foi uma super última prova. Foi emocionante” declarou o maior vencedor na história do Adestramento Paraequestre brasileiro que soma sete anos competindo na modalidade. Agora, Rodolpho está em busca de uma nova montaria de olho na Paralimpíada de Paris 2024.
Depois de tantas conquistas, Don Henrico, 19, propriedade da ex-amazona olímpica alemã Ann-Kathrin Lisenhoff, vai ter sua merecida aposentadoria.
O Campeonato Mundial Paraequestre reuniu 83 conjuntos (cavalo/cavaleiro) de 18 países. Os atletas competiram em cinco diferentes graus de dificuldade. O Brasil competiu por equipes, se posicionando em 11º lugar, com representantes nos graus I, II, IV e V. Sérgio Oliva – dois bronzes nos Jogos do Rio 2016 -, montando Milenium, sua montaria em Tóquio, terminou em 13º lugar no grupo I, e os estreantes Thiago Fonseca dos Santos / Johnny Walker Plus em 16º lugar no grau V, e Flamarion Pereira de Silva com Francis em 14º no grau II.
O Time Brasil de Adestramento Paraequestre no Mundial de Herning tem como técnica Andrea Kober, a chefe de equipe Rosana Ayrosa e os veterinários Rogerio Saito e Henrique Macedo.
Trajetória de superação
Cavaleiro desde criança, Rodolpho competiu no Adestramento (Dressage) convencional por vários anos no Brasil e na Europa para onde se transferiu em 2000, somando várias conquistas. Em 2015, Riskalla contraiu meningite bacteriana, ficou em coma por vários dias, e como consequência da doença sofreu a amputação tibial das duas pernas, mão direita e dedos da mão esquerda. Poderia ser o fim da carreira do atleta, mas Rodolpho Riskalla se reinventou, se adaptou a proteses, voltou a montar meses depois e fez sua estreia paralímpica nos Jogos do Rio 2016 se posicionando em 10º no individual e 7º por equipe.
No mesmo ano foi o vencedor do FEI Awards, categoria Against All Odds (contra todas as adversidades) promovido pela Federação Equestre Internacional. Em 2021, nos Jogos de Tóquio, conquistou a inédita medalha de prata na prova técnica, feito inédito para o país. Em 2018, Rodolpho Riskalla atingiu a liderança do ranking mundial em seu grupo (IV), foi vice-líder em 2021 e atualmente está em 3º lugar.
Entre outros destaques no circuito internacional estão a conquista dos títulos de tetracampeão do Concurso Internacional Paraequestre (CPEDI3*) de Doha, no Catar e de Mannheim, na Alemanha, entre 2019 e 2022.
Rodolpho Riskalla venceu as três ultimas edições (2018, 2019 e 2021) do Prêmio Paralímpicos promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Atualmente, o cavaleiro divide seu tempo entre Alemanha, onde voltou a morar, e Paris, onde residiu por vários anos e é gerente de eventos da Dior Maison.
PÓDIOS INDIVIDUAIS
GRAU IV
Prova técnica
Ouro – Sanne Voets / Demantur RS2 N.O.P – Holanda (76,750%)
Prata – Demi Haerkens / EHL Daula – Holanda (76,000%)
Bronze – Rodolpho Riskalla / Don Henrico – Brasil (74,925%
Freestyle
Ouro – Sanne Voets / Demantur RS2 N.O.P – Holanda (82,485%)
Prata – Kate Shoemaker / Quiana – EUA – (80,275%).
Bronze – Rodolpho Riskalla / Don Henrico – Brasil – (78,385%)
Resultado de todos as categorias e por equipes.
Colaboração Carola May / Rute Araujo
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