Após 49 anos, João Victor Oliva chegou colado no resultado de Cel Sylvio Marcondes de Rezende, 25º em Munique 1972. João foi 26º, mas competiu com 59 concorrentes, sendo que em 1972 havia 33. As finais por equipes rolam na 3ª, 27, e 4ª, 28, tem decisão individual.
Após a finalização da disputa do Grand Prix nesse domingo,25/7, em Tóquio, o jovem talento brasileiro João Victor Macari Oliva, do Time Brasil de Adestramento, fechou na 26ª colocação entre 59 concorrentes, registrando uma subida de vinte posições em relação aos Jogos do Rio 2016. O inédito registro da nota 70,419%, superando seu próprio recorde de 68,071% na Rio 2016, e notas acima de 70% na avaliação de cinco juízes em Tóquio, faz da participação do cavaleiro paulista o melhor resultado do Brasil no Hipismo Adestramento em Olimpíadas.
João Victor só não superou a melhor colocação do país, o 25º lugar conquistado pelo Cel. Sylvio Marcondes de Rezende montano Othelo nos Jogos de Munique em 1972, quando participaram 33 competidores, conforme informações do Comitê Olímpico Internacional (COI). Porém, em Tóquio, 59 conjuntos de 30 países disputaram o Grand Prix, dos quais somente 18 vão para a final individual.
Jovem talento do hipismo nacional, João Victor, de 25 anos, não transformou sua responsabilidade de ser o único representante do país na modalidade em um peso. Pelo contrário. Entrou em pista com leveza. Sua apresentação foi elogiada por juízes, imprensa especializada internacional e amantes do Adestramento pelo mundo afora. “Sua equitação foi de sentimento, seu assento elástico e sua aplicação discreta de ajudas foram uma delícia. Pode ser que para ele a Olimpíada se resuma à participação. Mas para o encontro dos melhores do mundo todo, não poderíamos ter desejado uma abertura melhor do que a deste conjunto exótico, mesmo que tenha havido pequenos erros. Em todo caso houve harmonia entre ambos”, destacou um artigo na St. Georg, renomada publicação especializada da Alemanha, país referência no hipismo e maior ganhador de medalhas de ouro em Olimpíadas.
“Fui o primeiro atleta do hipismo a entrar em pista (e o primeiro atleta brasileiro na vila olímpica). Fizemos uma boa prova, meu cavalo esteve bem e estou super contente. O Escorial esteve disponível, escutando as ajudas e tranquilo. Estou muito feliz. Tem coisas para melhorar, tivemos um errinho no meio da prova, mas mesmo assim o resultado foi bom. Agora quero me entrosar cada vez mais com ele, pois temos pouco tempo juntos e vamos melhor cada vez mais para representar o Brasil nos próximos desafios”, disse o cavaleiro, que começou a montar Escorial somente em setembro de 2020.
A chefe de equipe Sandra Smith de Oliveira Martins também destacou a evolução da modalidade, resultado do cavaleiro e novos objetivos. “Tivemos um bom resultado na Rio 2016, fomos medalha nos Pans de Toronto e Lima e agora tivemos esse grande resultado do João em Tóquio. Foi um trabalho sério e responsável, O João é um atleta maravilhoso, sua equipe é fantástica, um time muito bom e eficiente, o que facilita tudo. Agora vamos focar na formação de uma equipe nos Jogos Equestres Mundiais de 2022, na Dinamarca”.
Trajetória rumo a Tóquio
Estabelecido na Europa desde 2014, primeiro na Alemanha, João Victor retornou ao Brasil no início de 2019 por um curto período para buscar vaga na equipe que conquistou o bronze no Pan de Lima. Logo depois da conquista no Pan se estabeleceu em Portugal, e em setembro de 2020 foi convidado a integrar um projeto olímpico idealizado pelo grupo JRME Horse Campline, que reservou para o cavaleiro um dos cavalos de sua propriedade, Escorial Horsecampline, garanhão Puro Sangue Lusitano de 12 anos.
João Victor montou Escorial pela primeira vez em setembro, dois meses depois o conjunto fez a estreia internacional no CDI3* de Alter do Chão, em Portugal, registrando o primeiro índice olímpico. Outros dois índices foram registrados em concursos internacionais em Portugal e na França, e a melhor média apresentada pelo conjunto entre os concorrentes do país garantiu a vaga em Tóquio.
Decisão de pódios por equipes e individual
Forte candidata a conquistar a 14ª medalha de ouro por equipe, a Alemanha lidera a lista dos oito países classificados para a disputa por equipes nesta terça-feira, 27/07, a partir das 17h00 (05h00 no horário brasileiro). Juntam-se à favorita Alemanha, Grã Bretanha, Espanha, Estados Unidos, Dinamarca, Holanda, Portugal e Suécia. A prova que define o pódio é o Grand Prix Special que desta vez será com música escolhida pelo atleta e os países participantes entram com a pontuação zerada.
A definição do pódio individual acontece na quarta-feira, 28, a partir das 17h30 (05h30 no Brasil) no Grand Prix Freestyle, prova com coreografia livre e música. Participam da disputa os 18 melhores classificados do Grand Prix, em que se habilitaram à vaga os dois melhores conjuntos de cada um dos seis grupos, mais os seis melhores da classificação geral.
Os dois primeiros classificados dos seis grupos são: a atual campeã olímpica Charlotte Dujardin montando Gio e sua xará Charlotte Fry com Everdale, que representam a Grã Bretanha, as suecas Therese Nilshagen / Dante Weltino Old e Juliette Ramel/Buriel K.H, as dinamarquesas Cathrine Dufour / Bohemian e Carina Cassoe Kruth / Heiline’s Danciera, as alemãs Dorothee Schneider / Showtime FRH e Isabell Werth / Bella Rose 2, as norte-americanas Sabine Schut-Kery/ Sanceo e Adrienne Lyle / Salvino, o holandês Edward Gal / Total US e a alemã Jessica von Bredow-Werndl / TSF Dalera. Completam a lista os seis melhores resultados individuais: a dinamarquesa Nanna Skodborg Merrald/ Zack, a espanhola Beatriz Ferrer-Salat / Elegance, o holandês Hans Peter Minderhoud / Dream Boy, o britânico Carl Hester / En Vogue, o português Rodrigo Torres / Fogoso e o norte americano Steffen Peters / Suppenkasper.
Colaboração: Carola May e Rute Araújo; fotos: Luis Ruas / Hipismo Brasil
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