É uma matéria interessante independente de não estar diretamente ligada aos esportes equestres, mas a equitação é considera um dos esportes mais completos por movimentar todas as partes do nosso corpo e ajuda em nossa saúde mental.
Estudos indicam que a prática regular de exercício físico é mais eficaz que qualquer droga já inventada para prevenir condições que afetam os idosos, como a perda muscular.
Fonte: BBC, reprodução
Enquanto muita gente na faixa de 80 e 90 anos pode estar começando a desacelerar, Irene Obera, de 85 anos, faz o oposto.
Ao bater vários recordes mundiais de atletismo na categoria para sua faixa etária, ela simboliza um grupo cada vez maior de “atletas masters” que estão no auge do que é fisicamente possível para uma idade mais avançada.
Outro exemplo é John Starbrook, que no ano passado, aos 87 anos, se tornou o corredor mais velho a completar a maratona de Londres.
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Estudos indicam que a prática regular de exercício físico é mais eficaz que qualquer droga já inventada para prevenir condições que afetam os idosos, como a perda muscular.
Para colher todos os benefícios, esse hábito deve ser estabelecido na adolescência ou por volta dos 20 anos.
O que podemos aprender com atletas idosos?
Estudar os atletas masters – com 35 anos ou mais – nos oferece uma ideia do que é fisicamente possível à medida que envelhecemos.
Uma análise do tempo dos recordes mundiais para cada faixa etária revela, como era de se esperar, que a capacidade física diminui com o passar do tempo – mas só passa a cair mais rapidamente após os 70 anos.
É razoável supor que esses atletas de ponta adotem de uma maneira geral um estilo de vida saudável; além de se exercitar, seguem uma dieta balanceada, não fumam, nem consomem muito álcool.
Portanto, seus resultados podem nos ajudar a determinar quanto desse declínio se deve ao próprio processo de envelhecimento.
O exercício pode retardar o processo de envelhecimento?
O fato de os idosos que se exercitam terem uma saúde melhor em comparação aos que são sedentários pode levar as pessoas a acreditar que a atividade física pode retardar o processo de envelhecimento.
Mas a realidade é que esses idosos ativos são exatamente como deveriam ser.
Em um passado distante, éramos todos caçadores-coletores e nossos corpos foram desenvolvidos para serem fisicamente ativos.
Portanto, se uma pessoa ativa de 80 anos tem uma fisiologia semelhante a um indivíduo de 50 anos, é a pessoa mais jovem que parece mais velha do que deveria, e não o contrário.
Muitas vezes confundimos os efeitos da falta de atividade física com o próprio processo de envelhecimento, e acreditamos que certas doenças são puramente resultado da idade avançada.
Na verdade, o estilo de vida sedentário moderno simplesmente acelera nosso declínio relacionado à idade. Isso contribui para o aparecimento de doenças como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e câncer.
Muitos de nós simplesmente não somos ativos o suficiente. Na Inglaterra, menos da metade dos jovens de 16 a 24 anos seguem a recomendação de praticar exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular; na faixa dos 65 a 74 anos, essa proporção cai para menos de um em cada 10.
Qualidade de vida
O exercício não só ajuda a prevenir o surgimento de muitas doenças, como também contribui para curar ou aliviar outras, melhorando nossa qualidade de vida.
Estudos recentes com ciclistas amadores com idades entre 55 e 79 anos indicam que eles têm a capacidade de realizar tarefas diárias com muita facilidade e eficiência, porque quase todas as partes do seu corpo estão em ótimas condições.
Os ciclistas também apresentaram pontuação alta em testes que medem agilidade de raciocínio, saúde mental e qualidade de vida.
Quanto mais cedo você começar a se exercitar, melhor.
Uma análise de adultos americanos com idade entre 50 anos e 71 anos mostrou que aqueles que se exercitaram entre duas e oito horas por semana desde a adolescência até os 60 anos uma chance de 29% a 36% menor de morrer em decorrência de qualquer causa ao longo do período de 20 anos em que o estudo foi conduzido.
O estudo aponta que os jovens que praticam exercícios devem manter seus níveis de atividade elevados, mas também que aqueles com 40 anos ou mais podem se tornar mais ativos fisicamente e obter benefícios semelhantes.
Atletas masters
Em 2003, Martina Navratilova se tornou, aos 46 anos, a tenista mais velha a ganhar o torneio de Wimbledon – de duplas mistas – ao lado de Leander Paes.
O atacante Kazuyoshi Miura, de 52 anos, do time de futebol japonês Yokohama FC, é o jogador profissional mais velho do mundo.
Aos 73 anos, Otto Thaning se tornou o homem mais velho a atravessar a nado o Canal da Mancha, enquanto Linda Ashmore, de 71 anos, é a mulher mais velha a realizar o mesmo feito.
Robert Marchand pedalou 22 quilômetros em uma hora em 2017 aos 105 anos, estabelecendo um novo recorde.
Problemas modernos
No mundo de hoje, somos capazes de driblar problemas relacionados ao sedentarismo nos apoiando na muleta da medicina moderna.
Mas embora a nossa expectativa média de vida tenha aumentado muito rápido, o nosso “tempo de vida saudável” – período da vida que podemos aproveitar livre de doenças – não aumentou.
Muitos dos que vão se beneficiar do aumento da expectativa de vida projetada até 2035 passarão seus anos extras com quatro doenças ou mais, de acordo com um estudo realizado na Inglaterra.
Embora a medicina esteja evoluindo o tempo todo, o exercício pode fazer coisas que os medicamentos não conseguem.
Por exemplo, atualmente, não existe remédio disponível para evitar a perda de massa e força muscular, principal fator responsável pela perda das funções físicas.
Envelhecimento da população
Ser mais ativo não faz bem apenas para os indivíduos, como também é vital para o funcionamento da nossa sociedade de uma maneira mais ampla à medida que ela envelhece.
Em 2018, quase um em cada cinco britânicos tinha mais de 65 anos, enquanto um em cada 40 tinha mais de 85 anos.
A previsão é de que o número de pessoas com 65 anos ou mais cresça mais de 40% nos próximos 16 anos.
Uma pessoa de 85 anos custa, em média, cinco vezes mais que uma de 30 anos ao sistema público de saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês), indica a análise.
O que você pode fazer?
A maioria das pessoas não deve ter como meta ser um atleta de elite com uma idade avançada; isso não é necessário para ter uma saúde ideal.
Em vez disso, o segredo é incorporar à rotina pequenas práticas regulares de atividade física – como caminhada acelerada ou dança de salão.
A atividade física é um dos pilares de uma vida saudável. Ainda que você não seja um atleta profissional, começar a se exercitar regularmente aos 20 e 30 anos provavelmente trará muita satisfação mais à frente.
E se você passou desta idade, se tornar ativo cuidadosamente vai fazer um bem enorme.
Sobre este artigo
Esta análise foi encomendada pela BBC a especialistas que trabalham para uma organização externa.
Stephen Harridge é professor de Fisiologia Humana e Aplicada no King’s College London.
Norman Lazarus é professor emérito do King’s College London e ciclista master com mais de 80 anos.
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